Como costuma fazer, Jornada nas Estrelas: Novos Mundos Estranhos retorna a um dos pontos de enredo mais antigos da franquia no episódio 4 da 2ª temporada, “Among the Lotus Eaters”. A Enterprise chega a Rigel VII – local de uma missão desastrosa da equipe cinco anos antes, apenas para descobrir uma doença misteriosa que aflige a tripulação. É um enredo padrão para o Jornada nas Estrelas franquia, que a nova série torna nova e atraente, adicionando algumas reviravoltas criativas.
O nome e a configuração provavelmente são familiares para Jornada nas Estrelas fãs como a primeira missão fora de casa já descrita na série. O piloto original, “The Cage” – sobre o qual Novos Mundos Estranhos é baseado – começa logo após a mesma missão, com os efeitos posteriores ainda sendo sentidos. “Among the Lotus Eaters” homenageia esse passado, dando a Rigel VII um enredo mais forte e melhor.
Christopher Pike enfrenta um acerto de contas na primeira missão de Star Trek
“The Cage” abre com a Enterprise mancando em direção a uma base estelar após um ataque na superfície de Rigel VII. Três membros da tripulação foram mortos na troca e a equipe visitante recuou. Vários membros da tripulação ainda apresentam ferimentos do ataque, principalmente o Sr. Spock, cuja mão está enfaixada. Pike se culpa pelo que aconteceu e confessa ao médico que está cansado de tomar decisões de vida ou morte. Mais tarde, como prisioneiro em Talos IV, ele reimagina o encontro, desta vez com Vina como uma vítima em potencial que precisa de proteção.
Como um dispositivo de enredo direto, ajuda a adoçar a sedução do “zoológico” dos talosianos, que o deixaria viver uma vida ilusória com uma bela mulher. Mas também revela os fardos psicológicos que Pike carrega como capitão e a maneira como ele processa o trauma. Jornada nas Estrelas voltou a esse tema várias vezes, principalmente na recuperação de Jean-Luc Picard da assimilação pelos Borg.
Strange New Worlds retorna a Rigel VII para encontrar um novo mistério
Como ponto de apoio para a mentalidade de Pike, Rigel VII faz o trabalho. Os detalhes específicos permanecem extremamente escassos, porém, revelando apenas que contém uma cultura medieval com uma casta guerreira. A sequência com Vina traz um impacto visual – usando uma pintura fosca para criar a paisagem sobrenatural do planeta – mas, além disso, permanece absurdamente simples. A luta existe para dar ao piloto um pouco de ação, e nada mais. Novos Mundos Estranhos retorna à cena com um par de novos conceitos para dar profundidade a tudo.
A primeira diz respeito ao próprio planeta, cuja atmosfera contém qualidades semelhantes às do Lethe, fazendo com que qualquer pessoa exposta a ela sofra amnésia. A própria Enterprise é ameaçada quando a tripulação se esquece de como operar os controles, enquanto Pike e uma equipe visitante no solo lutam para lembrar que estão lá embaixo. Ao mesmo tempo, conecta a história diretamente aos eventos de “The Cage”, revelando um dos tripulantes “perdidos” ainda vivos na superfície do planeta. Ele superou a amnésia do planeta e se estabeleceu como um rei-deus: consequências da primeira visita abortada de Pike e um excelente exemplo de por que a Federação tem uma Primeira Diretriz.
A combinação funciona de forma brilhante e acrescenta mais uma vitória para Novos Mundos Estranhos‘ fantástica segunda temporada. Ao mesmo tempo, enriquece retroativamente “The Cage”, transformando um ponto de enredo descartável em uma história emocionante e memorável. É surpreendente o quanto eles extraíram desse único piloto. Esta semana adiciona um planeta muito legal à mistura.
Novos episódios de Star Trek: Strange New Worlds são transmitidos toda quinta-feira no Paramount+.