O diretor Christopher Nolan explicou por que se absteve de mostrar os bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki em 1945 em seu próximo filme biográfico. Oppenheimer.
Por IndieWire, Nolan discutiu sua decisão criativa de omitir o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki durante um evento de exibição em Nova York, com o aclamado diretor afirmando que tudo estava a serviço de retratar os eventos pela perspectiva de J. Robert Oppenheimer. “Sabemos muito mais do que (Oppenheimer) sabia na época”, disse Nolan. “Ele soube dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki pelo rádio, assim como o resto do mundo.”
Nolan defendeu ainda mais sua decisão de excluir os bombardeios atômicos enfatizando que Oppenheimer foi concebido para ser considerado um drama histórico e não um filme educacional. “Não é um documentário. É uma interpretação. Esse é o meu trabalho. Acho que é um filme narrativo dramático”, continuou ele. “Há também um motivo recorrente que tem muito a ver com ele fechando os olhos. Para mim, é realmente sobre ficar em sua cabeça.”
Oppenheimer recriou uma explosão nuclear sem CGI
Enquanto Oppenheimer não apresentou os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, ele apresenta uma recriação da primeira detonação da bomba atômica. Nolan revelou anteriormente que os membros de sua equipe de efeitos especiais produziram o espetáculo visual sem o uso de CGI. Ele deu crédito às pessoas que ajudaram a trazer Oppenheimer à vida com efeitos práticos. O diretor creditou notavelmente o supervisor de efeitos visuais Andrew Jackson por seu trabalho no uso de metodologias do mundo real para recriar o teste Trinity, a primeira detonação de arma nuclear da história. Ele também elogiou a desenhista de produção Ruth De Jon e o supervisor de efeitos especiais Scott Fisher por não pouparem esforços na construção de uma réplica em tamanho real da bomba atômica, o que permitiu ao filme criar suspense com sequências mostrando como a arma foi preparada para detonação.
Nolan também afirmou que o teste Trinity foi incrivelmente difícil de filmar, com a cena exigindo não apenas o uso de efeitos práticos inovadores, mas também as condições climáticas perfeitas. “(Estávamos) vendo como poderíamos fazer muitos dos elementos visuais do filme de forma prática, desde a representação da dinâmica quântica e da física quântica até o teste Trinity em si, para recriar com minha equipe, Los Alamos em uma mesa no Novo México em clima extraordinário, muito do que era necessário para o filme, em termos de condições muito duras lá fora – havia enormes desafios práticos”, explicou Nolan.
Oppenheimer chega aos cinemas em 21 de julho.
Fonte: IndieWire