O texto a seguir contém spoilers da 6ª temporada de Black Mirror, agora disponível na Netflix.
Um dos aspectos mais chocantes Preto Espelho A 6ª temporada é como ela subverte seu molde criativo usual. Claro, existem histórias que abordam os perigos da tecnologia, como o episódio 3, “Beyond the Sea”. Mas dos cinco episódios, dois realmente não lidam com o tema usual da tecnologia como uma faca de dois gumes.
Esses episódios parecem ter sido tirados de A Zona do Crepúsculo ou O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro, insistindo no horror direto. Há quem critique a antologia, alegando que essas histórias não são para o que vieram. No entanto, embora essa nova fórmula imprevisível possa incomodar alguns fãs, é uma jogada inteligente em termos de evolução da propriedade no futuro.
Black Mirror saturou seu ângulo tecnológico
O próprio criador da série, Charlie Brooker, admitiu que acabou muitas histórias de tecnologia clichê. O Espelho preto afinal, o criador deu aos fãs tantas histórias de pessoas em computadores, realidades virtuais ou ilusões digitais, que é difícil extrair mais disso. O que torna ainda mais difícil é a era em que os telespectadores vivem agora, onde a tecnologia alcançou a vida cotidiana.
As temporadas anteriores tiveram muito espaço imaginativo com IA e mídia social. Mas o público agora está vivendo em uma época em que esses conceitos existem. Além disso, a década de 2020 é uma década de pico para empreendimentos capitalistas, robôs e outros avanços tecnológicos que as pessoas acham que tornarão suas vidas melhores. Diante dessa realidade, faz sentido Preto Espelho para capitalizar em outro gênero popular: horror. O episódio 4, “Mazey Day”, é o exemplo perfeito, lidando com paparazzi arruinando a vida das pessoas com suas câmeras, apenas para ser atacado por uma celebridade que por acaso é um lobisomem.
Explorar o gênero de terror refresca a série e surpreende os fãs com monstros. Preto Espelho A 6ª temporada não perde o foco em como os humanos vendem suas almas por dinheiro ou entretenimento, mas atinge o pulso de um gênero relevante. Isso mostra que a série é fluida o suficiente para incorporar diferentes estilos criativos e narrativas. Dessa forma, Brooker não precisa continuar forçando o ângulo tecnológico de maneiras inorgânicas, enquanto mantém o interesse rolando.
Black Mirror pode mexer com uma nova gravadora
Quando se trata de tomar Preto Espelho para a frente, a 6ª temporada afirma que o desvio da norma é a melhor direção. Isso é melhor visto no episódio 5, “Demon 79”. É um episódio de terror que se concentra em um demônio incitando uma mulher a matar pessoas para impedir o apocalipse. Isso revela um retrato de personagem semelhante a Stephen King, com os créditos de abertura considerando-o uma produção de “Red Mirror”. É aqui que a Brooker pode criar novos rótulos derivados semelhantes a como os editores de quadrinhos fazem impressões. Este é um ótimo modelo para mais episódios fora da marca, que podem explorar horror, romance e drama sem que a tecnologia seja um ponto focal.
Ao seccionar Preto Espelho nesses spinoffs, Brooker pode participar de narrativas mais diversas. Isso cria uma gama mais ampla de histórias que leva Brooker a pensar fora da caixa. É uma direção que deixa espaço para Preto Espelho para retornar com força, seja por meio de eventos pontuais, como Black Mirror: Bandersnatch ou mesmo “Natal Branco”. Isso dá ao programa um espaço para respirar, onde os fãs podem realmente valorizar mais os episódios baseados em tecnologia quando eles chegam.
Em última análise, tal abordagem protege o Preto Espelho marca. Rompe com a monotonia e abre espaço para quem deseja experiências mais diversas do que apenas a sátira tecnológica. No processo, convida novos fãs e oferece aos mais velhos a oportunidade de explorar algo um pouco diferente.
A sexta temporada de Black Mirror já está disponível na Netflix.