De introvertido Cringe a Yuri Harem – Watamote faz 10 anos

©Nico Tanigawa/SQUARE ENIX

É 2023, e animes sobre garotas socialmente desajeitadas estão na moda. Komi não consegue se comunicar nos deu uma protagonista com uma ansiedade tão severa que ela luta para falar. Para o personagem principal de Bocchi a Rocha!, meramente ser percebido é tão doloroso que o anime visualiza suas emoções fazendo com que sua forma física saia da realidade. O principal objetivo de ambos os protagonistas é superar suas fraquezas para se tornarem populares e crescerem como seres humanos. Essas séries são sucessos, mas o sucesso delas se deve a um mangá de 2013 que andou para que pudessem rodar: WataMote.

Não importa como eu olhe para isso, é culpa de vocês que eu não sou popular! (ou WataMote, para abreviar) é sobre a colegial Tomoko Kuroki. Ela se considerava uma pessoa comum e sociável no ensino médio, mas assim que entrou no ensino médio, chegou à terrível conclusão de que estava desesperadamente sozinha. Em vez de se transformar em uma heroína popular do ensino médio com beleza radiante e uma vida social gratificante, ela está apenas um nível acima de um hikikomori. Ela tem que lutar pela vida para pedir café sem ter um ataque de pânico.

WataMote é frequentemente descrito como humor constrangedor, mas isso é colocar de ânimo leve. Mesmo seus maiores fãs dirão que é doloroso assistir. Além de se encolher com os problemas relacionáveis ​​de tentar e não conseguir se socializar como um adolescente desajeitado, a série vai além. Por exemplo, há uma cena em que a mãe de Tomoko a vê saindo para uma gravação de seu dublador de romance visual erótico favorito degradando-a.

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©Nico Tanigawa/SQUARE ENIX

A personalidade de Tomoko foi outro ponto crítico que tornou esse show difícil de assistir. Seu estilo de vida como um quase eremita que passava mais tempo com romances visuais do que outros humanos teve alguns… efeitos interessantes em sua personalidade. Suas ideias sobre sexualidade eram bastante desconfortáveis. De acordo com Tomoko, “assediar sexualmente” (palavras dela) sua melhor amiga Yuu é uma piada boba. Ou como em um episódio ela tenta seduzir seu irmão mais novo. E sua insegurança a tornou muito crítica, então ela contempla insultos severos a crianças que não fizeram nada de errado com ela. Mesmo que eu encontre a agonia visceral de assistir WataMote é o que o torna tão único, é também por isso que é um anime difícil de recomendar. É provavelmente por isso que nunca teve mais episódios além de sua primeira temporada de 13 episódios e um único OVA.

Mas enquanto o anime não existe mais, o mangá tem continuado constantemente desde então. O anime adaptou o mangá até o volume 4, mas até o momento em que escrevo, existem 20 volumes. Então, o que Tomoko tem feito na última década?

Lendo o mangá além do anime, ele imediatamente se afasta de tudo o que o tornou uma série tão intimidadora de se passar. As sementes de aperfeiçoamento pessoal que Tomoko plantou no início da série começam a brotar. Ela se torna amiga de seu colega de escola Kotomi Komiyama, um otaku do beisebol que tem muitas das mesmas arestas de Tomoko. E um a um, o elenco cresce. Houve até indícios de interesse romântico entre Tomoko e suas amigas. Você ouvirá os fãs afirmarem que a história foi transformada em um mangá yuri harém.

A velha Tomoko era uma solitária. A nova Tomoko tem uma lista de amigos na casa dos dois dígitos. A velha Tomoko era apática em relação à escola. A nova Tomoko frequenta sessões regulares de estudo em grupo e até foi para um acampamento de preparação para a faculdade de verão com vários amigos. A velha Tomoko revelou-se uma perdedora patética para sua priminha, que antes a admirava. New Tomoko recuperou todo esse respeito e muito mais.

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©Nico Tanigawa/SQUARE ENIX

WataMote não se trata mais de extrair o humor assustador da ansiedade social. Tornou-se uma jornada de se abrir para o mundo e se transformar como pessoa, pouco a pouco. A história começou com Tomoko no primeiro ano do ensino médio e agora ela está no último ano. Ela teve muitas oportunidades de parar e refletir sobre como sua vida se tornou diferente. Meu momento favorito é quando ela olha para o calendário e percebe que deixou de ser a garota que passa as férias escolares inteiras enfiada no quarto para alguém com tantos compromissos sociais que mal tem tempo para ficar sozinha.

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©Nico Tanigawa/SQUARE ENIX

Momentos como esses me fazem refletir sobre minha própria vida. Eu costumava compartilhar muitas características com o início de Tomoko quando comecei a acompanhar a série há uma década. Houve um período em que me senti muito perto de ser um hikikomori ou um NEET do que gostaria de admitir. Mas fico feliz em informar que percorri um longo caminho, assim como Tomoko. A mudança dentro de mim aconteceu aos poucos até que acordei percebendo que tinha vários empregos, hobbies físicos e criativos recompensadores e um número crescente de relacionamentos interpessoais cada vez mais profundos. Este é um sentimento que tenho certeza que muitos de WataMotede fãs de longa data compartilham, e ver Tomoko passar pela mesma jornada ao nosso lado torna esta série tão satisfatória. E aqueles que ainda não chegaram lá podem encontrar esperança na série. Se Tomoko pode fazer isso, você também pode!

Se você é um velho WataMote fã ou mesmo alguém que nunca leu ou assistiu, encorajo você a ver o que a série tem feito nos últimos dez anos. Principalmente se você é fã de Komi não consegue se comunicar ou Bocchi a Rocha!, você deve ver a série que abriu o caminho. Se você conseguir superar a dor, encontrará sua recompensa.

Norbert Daniels Jr. é um escritor freelance. Você pode acompanhar o trabalho dele em NorbertDanielsJr.com

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